Arquitetura Anônima dos Subúrbios Cariocas até os Anos 70




A escolha por este recorte de tempo deu-se pelo fato de que no Brasil, quanto mais antigo o imóvel residencial, mais passível de o mesmo ser demolido/descaracterizado. Em conversas com moradores dos subúrbios cariocas, não é raro ouvir alguém dizer que vai alterar a fachada da casa dos anos 30 ou 40, para facilitar uma futura venda. Outra situação muito frequente é a demolição de imóveis para dar lugar a estacionamentos ou construções de edifícios. Tal prática fomenta o processo de verticalização da cidade, em nome de um duvidoso conceito de progresso.

  Inicialmente, pensei em pesquisar os imóveis construídos até os anos 1960. Porém, após a leitura do livro Arquitetura Kitsch Suburbana e Rural de Dinah Guimaraens e Lauro Cavalcanti, achei por bem estender o período dos anos 1960 até os anos 1970. Os autores versam sobre o kitsch libertário, estilo ornamental muito presente nos subúrbios. Incompreendido e visto por muitos como cafona, o kitsch, na visão de Guimaraens e Cavalcanti, é a mais pura reinvenção do cotidiano.

Neste sentido, não sendo possível evitar a demolição das casinhas suburbanas, faço neste espaço, uma singela homenagem às emoções evocadas por elas, e deixo registrado meu apreço pelos profissionais que, com ou sem formação acadêmica, as construíram.

 

 

 


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