A Beaux Arts e O Art Nouveau - Tomas Coelho


                                                           Tomás Coelho - Beaux Arts

           A Beaux Arts e o Art Nouveau cumpriram sua função _ ou tentaram _ de colocar o Rio sob as normas do urbanismo europeu. Ambos os estilos foram a roupagem perfeita para que o Brasil pudesse vivenciar, posto que tardiamente, a Revolução Industrial já consolidada na Europa. Era o apogeu da belle époque carioca.  A Beaux Arts exibia a decoração mais sóbria, mais solene. Já o Art Nouveau apresentava as curvas em coup de fouet (chicotada) e as máscaras, visando trazer frescor à atmosfera pesada que pairava nos ares com a queda da monarquia. No Rio, não raro, encontramos os dois estilos mesclados, tornando difícil distinguir entre um e outro.  Em ambos, em sua forma tardia _ por volta da década de 1930_,  a ornamentação pode apresentar-se de forma bem mais econômica, como nesta postagem. 

“...Há o capinzal, o arremedo de pomar, alguns canteiros de horta; há a casinha acaçapada, saudosa da toca troglodita; há a velha casa senhorial de fazenda com as suas colunas heterodoxas; há as novas edificações burguesas, com ornatos de gesso, cimalha e compoteira, varanda ao lado e gradil de ferro em roda. Tudo isso se embaralha, confunde-se, mistura-se e bem não se colhe logo como a população vai-se irradiando da via férrea. As épocas se misturam; os anos não são marcados pelas coisas mais duradouras e perceptíveis.”

Lima Barreto em Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá 


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